No Dia Internacional da Mulher, governador Fernando Pimentel anuncia ações voltadas às mineiras

Convênio entre a Cemig e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) propiciará ampliação de emprego e renda entre famílias chefiadas por mulheres


O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, destinou sua agenda desta quinta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, às mulheres. Defensor do protagonismo feminino, Fernando Pimentel anunciou convênio de R$ 24,4 milhões entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Associação Estadual de Desenvolvimento Ambiental e Social (Aedas). O projeto tem a participação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) – formado majoritariamente por mulheres e famílias chefiadas por elas – para a implantação de uma proposta inédita de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no Estado. O governador também lançou, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), linha de financiamento direcionada para as empresárias mineiras.

Este é o maior projeto de pesquisa em tecnologia entre uma estatal, o Governo de Minas Gerais e um movimento social buscando a geração de emprego e renda.  O convênio entre a Cemig e o MAB prevê a implantação de um projeto de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em Grão Mogol, no Território Norte. Serão beneficiadas diretamente 1.250 famílias com a redução de tarifa energética e outras nove mil de forma indireta, em 21 municípios do Território.

A proposta é para a hibridização de geração de energia, com a implementação da primeira usina solar fotovoltaica flutuante (porte de 1,2 MWp). A estrutura será conectada à atual Pequena Central Hidrelétrica Santa Marta, em cujo espelho d’água serão instalados painéis fotovoltaicos. Com isso, haverá uma união dessas duas formas de geração de energia dentro do mesmo sistema, o que é um fato inédito.

Em uma homenagem às mulheres mineiras, ao ser chamado para o seu pronunciamento, o governador abriu mão da sua fala para dar espaço às mulheres.  Fernando Pimentel convidou a primeira-dama e presidente do Servas, Carolina Pimentel, para falar em seu nome.

Carolina Pimentel ressaltou a importância do trabalho das mulheres diante de adversidades. “Tenho viajado muito como presidente do Servas. Fui muitas vezes ao extremo Noroeste do Estado, nos municípios de Arinos, de Formosa, e lá eu encontrei uma realidade de muitas mulheres do campo, que enfrentam, no dia a dia, caminhadas de três ou quatro quilômetros para buscar água no rio. É uma realidade que poucas pessoas conhecem, e é uma realidade muito dura. Temos feito o enfrentamento dessa realidade por meio do governo do Estado, da Copasa, da Cemig e do Servas”, disse.

Segundo a presidente do Servas, a sociedade brasileira é “complexa e, por vezes, machista”. “A sociedade precisa avançar.  E só nós, mulheres, sabemos o que temos que enfrentar no nosso dia a dia, nos nossos trabalhos, para ter direito de fato, para evitar a violência”, finalizou Carolina Pimentel.

Desenvolvimento econômico e social

Para Aline Aparecida Gomes, representante do MAB, a participação no projeto significa uma real possibilidade de desenvolvimento. Ela destacou que o movimento foi selecionado entre outras iniciativas, o que, a seu ver, demonstra a capacidade profissional junto com o aprendizado técnico.

“Hoje, para nós é um dia muito importante. Todas as mulheres do mundo estão fazendo luta, e nós, mulheres atingidas, nunca arredamos o pé de fazer a nossa luta. Essa é uma conquista de estarmos em um projeto relacionado a energia de qualidade e alternativa em um lugar como o Vale do Jequitinhonha. Queremos transformar, junto com a Cemig e com o governo Pimentel, essa iniciativa em oportunidade para que essas regiões sejam de fartura, onde possamos colher os frutos do cerrado, ter nossas terras, cuidar dos nossos filhos, construir cooperativas e que a energia possa trazer isso”, disse.

O projeto terá duração de 48 meses, sendo que, já no próximo ano, as famílias poderão perceber a redução na conta de luz. A condução dos trabalhos e a seleção das famílias beneficiadas serão discutidas de forma conjunta com as famílias do MAB. Os integrantes do movimento irão participar de forma ativa junto com técnicos e especialistas. Além disso, jovens integrantes serão treinados para atuar na manutenção da nova usina.

O projeto será um marco para a Cemig, pois poderá apontar um novo modelo de geração de energia e de negócios, novos marcos regulatórios e, principalmente, por promover de forma sustentável o desenvolvimento econômico e social da região e das populações no entorno dos empreendimentos. O convênio também terá a participação da PUC Minas, da Axxiom Soluções Tecnológicas e da Efficientia S.A.

Mineiras empreendedoras

No mesmo evento, Fernando Pimentel lançou uma linha de financiamento exclusivo, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), para as empresárias mineiras. A linha de crédito vai oferecer até R$ 700 mil para micro e pequenas empresas, que tenham o mínimo de seis meses de existência e, principalmente, sejam controladas por empresárias também pelo mínimo de seis meses. As taxas serão a partir de 1,39% ao mês. Para empreendimentos que estejam em cidades com baixo IDH-M, o BDMG oferece financiamento com taxas a partir de 1,32% ao mês.

Esta é uma iniciativa do Governo de Minas Gerais que acompanha um cenário em expansão. Segundo levantamento de 2017 do Sebrae/MG, o empreendedorismo feminino mineiro vem dando sinais de crescimento. As mineiras já somam mais de 344,5 mil empreendedoras, mas dados de 2015, disponibilizados pelo Sebrae e pelo Dieese, indicam que ainda há espaço para mais crescimento da participação de mulheres à frente de empreendimentos formais e geradores de postos de trabalho. As mulheres representam 51,6% da população, mas apenas 26% dos empregadores no estado.

“Essa linha é inédita no Brasil. A partir de agora, toda e qualquer microempresa que tiver rendimento anual de até R$ 30 milhões e cuja proprietária seja mulher, ou conjunto de mulheres, pode acessar esse crédito mais barato do que qualquer outro do BDMG. Entendemos que a população feminina tem participação importante neste segmento com bons resultados. Nesse sentido, é uma política de desenvolvimento socioeconômico e de empoderamento feminino”, afirmou o governador.

A expectativa é que a nova linha do BDMG atenda, neste ano, cerca de 2,5 mil micro e pequenas empresas de Minas Gerais lideradas pelas mineiras. As interessadas podem solicitar o Empreendedoras de Minas pelo site do BDMG: www.bdmg.mg.gov.br.

Planejamento de Políticas para Mulheres    

O governador recebeu da presidente do Conselho Estadual da Mulher, Carmélia Maria Viana da Rocha, o Plano Decenal Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres 2019/2029 “Mais direitos, participação e poder para as mulheres!”. O documento sintetiza a política que o Estado vai desenvolver para as mineiras, respeitando sua diversidade e a complexidade das realidades vividas por elas.

“Vivemos em um estado grande. O Conselho sobreviveu por anos com governos que não estavam preocupados com o povo. Agora, estamos vendo um caminho em Minas Gerais. Temos muito a fazer e precisamos de mulheres que tenham a coragem de colocar a cara a tapa, mulheres de luta”, disse Carmélia Rocha. 

O II Plano Decenal Estadual de Políticas para Mulheres do Estado de Minas Gerais (PDEPM-MG) estabelece metas e prioridades que serão desenvolvidas até 2029, além de apontar horizontes e perspectivas para gestões futuras. Participaram da elaboração do documento representantes de todas as secretarias, autarquias e empresas públicas do Estado, o Conselho Estadual da Mulher, organizações da sociedade civil, Assembleia Legislativa e municípios.

Também participaram da cerimônia a secretária de Trabalho de Desenvolvimento Social, Rosilene Rocha, o secretário em exercício de Direitos Humanos, Direito e Cidadania, Gabriel do Santos Rocha, o chefe da Policia Civil, João Octacílio Neto, a defensora Pública-Geral do Estado, Christiane Malard, o diretor de comunicação da Cemig, Thiago Camargo, as presidentes da Copasa, Sinara Meireles, e do Iepha, Michele Arroyo, o reitor da PUC Minas, Joaquim Mol, o cônsul geral da Argentina, Ricardo Jorge Massot, o presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco, além das deputadas federais Jô Moraes e Margarida Salomão, e das estaduais Rosângela Reis e Geisa Teixeira.


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