Possível leilão de usina preocupa moradores de Santa Vitória A ALMG - Assessoria de Imprensa Responder| sex 25/08, 19:11 Possível leilão de usina preocupa moradores de Santa Vitória

Ato público foi realizado na portaria da Usina em São Simão (GO), onde representantes da Plataforma Operária Camponesa de Energia estavam acampados - Foto: Sarah Torres

Prefeito relata apreensão caso medida se concretize, pois hidrelétrica é responsável por muitos empregos no município.

A possibilidade de o governo federal leiloar a Usina de São Simão, localizada na divisa de Minas Gerais e Goiás, tem preocupado a população de Santa Vitória (Triângulo Mineiro), município em que fica parte da hidrelétrica.


É o que afirmou o prefeito da cidade, Salim Curi, em visita da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) à usina, nesta sexta-feira (25/8/17), onde aconteceu um ato público.

Em entrevista, o prefeito relatou que mais de 10% da comunidade de cerca de 20 mil habitantes trabalham na hidrelétrica e que 40% dependem indiretamente dela. Além disso, segundo ele, 40% da economia de Santa Vitória derivam dos royalties pagos à prefeitura em decorrência da atividade, o que equivale a aproximadamente R$ 4 milhões ao ano.

"A insegurança com esse leilão é grande. Não sabemos que rumo isso pode tomar. Sendo (a usina) pública, algo pode ser feito por nós. Mas, se passa a ser privada, não. Hoje, temos conhecimento de quanto pagamos pela energia. Se passar ao capital privado, não saberemos. Precisamos lutar para que esse leilão não aconteça", acrescentou.

O prefeito Salim Curi foi um dos que participou de ato público contra o leilão de usinas sob a concessão da Cemig, ao lado de vereadores, secretários municipais e integrantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE).

A iniciativa foi realizada na portaria da Usina em São Simão (GO), onde fica outra parte da hidrelétrica e representantes da Plataforma Operária Camponesa de Energia estavam acampados desde o último sábado (19). Também marcaram presença no ato parlamentares, além de outros integrantes da Frente Mineira em Defesa da Cemig, lançada na ALMG em julho.



Na última sexta-feira (18), foi realizado um ato contra o leilão das usinas em Indianópolis (Triângulo Mineiro), com a presença do presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), e do governador Fernando Pimentel.

A União pretende arrecadar R$ 11 bilhões com o leilão, suspenso provisoriamente por uma liminar da Justiça Federal. A Cemig alega que o contrato de concessão, de 1997, previa a renovação automática nos casos de São Simão, Jaguara e Miranda por mais 20 anos e que, portanto, esse certame não poderia ser realizado.

Essas três hidrelétricas e mais a de Volta Grande, todas na mesma região, são responsáveis por mais de 50% da energia gerada pela Cemig. A de São Simão é a maior delas.

Participantes de ato público enfatizam união pela causa
Para Rogério Correia, não se deve vender o que é estratégico para o País - Foto: Sarah Torres


 Para Rogério Correia, não se deve vender o que é estratégico para o País Para Rogério Correia, não se deve vender o que é estratégico para o País - Foto: Sarah Torres
O deputado Rogério Correia (PT), que coordena a Frente em Defesa Cemig e, junto com o deputado Bosco (PTdoB), solicitou a visita, enfatizou a unidade dos mineiros de correntes políticas e ideológicas diversas pela manutenção das usinas sob a concessão da empresa.

Ele disse que é preciso resistir às privatizações propostas pelo governo federal. "O presidente Michel Temer anunciou a intenção de privatizar hidrelétricas, aeroportos a até área de preservação na Amazônia. Ninguém deve vender o que é estratégico para um país, pois perde-se soberania", salientou.

Concordou com ele a deputada Geisa Teixeira (PT), para quem é preciso manter a união pela causa. “O governo haverá de recuar ao perceber essa resistência contínua”, comentou.

Para a presidente regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, a resistência se faz pela pressão popular. "A união é que vai nos fortalecer para o que precisamos enfrentar", falou.

Presentes no acampamento reforçam mobilização

De acordo com o integrante da direção estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Pablo Dias, cerca de 150 pessoas estavam acampadas em frente à Usina de São Simão. Ele explicou que, a princípio queriam aguardar no local o julgamento de ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que estava agendado para a última terça-feira (22), mas foi adiado.

"Acreditamos que isso já foi uma vitória, porque a falta do julgamento inviabiliza o leilão. Depois, no decorrer dos dias acampados, soubemos que interessados em comprar a usina a visitariam. Então, permanecemos aqui e mostramos que o povo mineiro não vai dispor dela", destacou.

Ele contou que, inicialmente, oito investidores iriam, mas que só apareceram representantes de três empresas, a primeira delas italiana e as outras chinesa e francesa.

Luta - O coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética (Sindieletro-MG), Jefferson Leandro Teixeira da Silva, enfatizou a importância do acampamento como instrumento de luta e destacou que a iniciativa se encerra nesta sexta (25) com o ato público e o fim das visitas de interessados na usina.


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